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José Cid vai levar amanhã e depois aos palcos de Lisboa e Porto o seu disco "10 000 anos depois entre Vénus e Marte", uma sua magnífica criação tão incompreendida na época, mas que se veio a revelar o maior fenómeno da produção fonográfica lusa: o álbum original de 1978 atinge hoje facilmente os 300,00 € no mercado de segunda mão. Chamou-me à atenção na sua entrevista hoje publicada no jornal i que o Mellotron não fará parte dos instrumentos em palco: de sonoridade inconfundível, este instrumento musical muito utilizado pelas bandas de rock progressivo nos anos sessenta e setenta, é um teclado electromecânico polifónico constituído por um “banco” de fitas magnéticas pré-gravadas com oito segundos de duração. Muito frágil e difícil de transportar, a sua sonoridade ficará imortalizada, por exemplo no ínicio de Strawberry Fields Forever dos Beatles, em The Court of the Crimson King dos King Crimson, ou mais sofisticadamente neste fabuloso tema Silent Sorrow In Empty Boats dos Genesis, em que Tony Banks explora magistralmente o instrumento (por coincidência um exemplar adquirido aos King Crimson) "programado" para reproduzir pelas suas teclas coros humanos de oito vozes. Curioso é como uma modernice dos tempos da nossa juventude, em cinquenta anos cai em desuso e se transforma num objecto de colecção, numa curiosidade de museu. Obviamente nenhum computador conseguirá reproduzir a sua sonoridade original, e o José Cid saberá disso certamente.
Imagem daqui.
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