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"Uma Casa Portuguesa" - A Fonseca - R Ferreira - M. Sequeira
Angel Recrds USA - Extended Play 45 rpm 1955, da minha coleccção.
Não chores mais oh fadista, que a Severa não morreu (bis)
Está viva e no Dona Amélia, ainda ontem a vi eu. (bis)
Porque estás triste e calado, porque não falas calão?
Porque olhas para o chão, porque não cantas o fado? (bis)
Bebe dois do abafado, corre o mal que te contrita.
Põe alegre a curvadita (?), não te ponhas mudo ao canto.
Enxuga as faces do pranto, não chores mais oh fadista. (bis)
Já te não vejo nas hortas, a provar o belo vinho.
Porque vagueias sozinho, por Alfama a horas mortas. (bis)
Esse cabelo não cortas, nem pra trás pões o chapéu.
Errante como um Judeu, teu caminho volta atrás.
Olha para aquele cartaz, que a Severa não morreu. (bis)
Porque é que o Fado não cantas, já que ela ressuscitou.
Pois do outro mundo voltou, pelo braço do Júlio Dantas. (bis)
Raptada d’entre tantas, aquela branca camélia,
Do Vimioso a Ofélia, no mundo estava dobrado,
Pois cantando o belo fado, está viva e no Dona Amélia. (bis)
Avelino Baptista - Fado Fadista
Disco Ideal Grande
Beka Record
Lisboa, 1904
De volta às gravações antigas com este disco Beka-Record gravado em Lisboa em 1904, ainda só de um lado.
"Poesia Carnavalesca" uns versos satíricos bem atrevidos por Franco d'Almeida.
Fado do Tarata
Artur Portella
Revista Ás de Espadas
1927
Pela soprano Adelina Fernandes
Hoje em dia ir pra soldado,
Já não assusta ninguém,
Passa a noite estiraçado,
Com uma cachopa ao lado,
Na estrada de Sacavém.
E nos campos da Amadora,
Sem pensar na revolução,
Quando passa uma senhora,
Bate-se a gente como um leão,
E nem um tiroliro
Dão as tropas,
Que o Tarata só tem lata
Pra dar tiros nas cachopas,
Mas se esta guerra se mais tempo dura,
Mais parece c’oa ditadura
Uma dama cara unhaca
Deu-me um beijo – ele é bem meu
E ao galucho é que se atraca,
Porque em suma a carne é fraca,
E um homem não é de pau,
E ao chegar perto de Belas,
Eu nem qu’ria olhar para trás,
Que eram velhas e donzelas,
Tudo a atirar-se cá ao rapaz.
Nascida em 1897 em Silves, Corina Freire foi uma cantora lírica soprano e actriz portuguesa. Foi a primeira portuguesa a trabalhar no Olympia de Paris e a cantar para o Príncipe de Gales, depois duque de Windsor. Aqui o tema com que fez a sua primeira incursão no teatro de revista aos 30 anos.
Fonte: Wikipedia
É substancial a melhoria qualitativa das performances artísticas nas gravações portuguesas a partir do segundo quartel do século XX. Isso é bem patente nesta gravação do “Velho Fado da Severa” cantado por Dina Tereza para “A Severa”, o primeiro filme sonoro português realizado por Leitão de Barros em 1929. Repare-se na subtileza dos arpejos e do dedilhar de guitarras no inédito longo solo que abre o tema - pormenor outrora difícil de captar pelo registo sonoro mecânico. Definitivamente a qualidade que a gravação eléctrica concede à indústria fonográfica mais reputação – reconhecimento social - contribuindo para atrair a si mais e melhores executantes. Para tanto foi decisivo o advento da telefonia e do cinema sonoro que estão na génese do star system nacional que estabelece o protagonismo dos intérpretes como motor da indústria fonográfica.
No tempo em que fui responsável pelas Relações Públicas do Hotel Tivoli envolvi-me em vários projectos ligados à vida, obre e biografia da acrtiz Beatriz Costa, mulher bela e desempoeirada que, sem que eu tenha conhecido pessoalmente, me conquistou e seduziu profundamente. Também por isso fico muito contente sempre que consigo juntar à minha colecção um disco seu. Assim, é com particular satisfação que aqui partilho "Dona Chica e Senhor Pires", tema cantado em dueto com o actor com Álvaro Pereira que, estreado em 1929 na Revista "Pó de Maio", granjeou uma popularidade que predurou por décadas.
D. Chica: Só me dizia insolências / e a bater não era peco…
Sr. Pires: E hoje, vejam lá bòscências, sou fadista papo-seco!
D. Chica: Já só usa roupa fina / e até seda, quando calha!
Sr. Pires: Camisas de popelina / e as cirolhas são de malha...
D. Chica: Desprezou o canivete, / está mais manso que uma pomba…
Sr. Pires: Rapo a fuça c’a gillette / e ponho cremes na tromba.
D. Chica: Andava sempre co’a malta, / encharcado em água-pé…
Sr. Pires: Pois agora só me falta / ir tomar chá à Garrett!
Refrão
D. Chica: Aconselho-te a que tires o chapéu / quando na rua me vires!
Sr. Pires: Quem? Eu? Oiça: / Isto agora é outra loiça – Dona Chica!…
D. Chica: Sr. Pires!
Aqui reproduzimos Samaritana (disco Columbia n 8121), um irreverente fado-canção interpretado por Edmundo Bettencourt em 1928. Este tema que efabula um enamoramento de Jesus Cristo pela Samaritana de Sicar (João 4:5–29) foi composto depois de 1910 por Álvaro Cabral nascido em Vila Nova de Gaia em 1865. Além de compositor e letrista, Álvaro Cabral era um boémio muito espirituoso e um bom e grande conversador que morreu em 1918 no Porto. Não podendo ser considerado um Fado de Coimbra, também não é um fado de Lisboa com melodia padronizada, facto que ajudará a explicar grande parte do sucesso que veio a conquistar em Coimbra. Acontece que, a partir de 1928, ano em que este fado foi gravado por Edmundo Bettencourt, a Academia de Coimbra apropriou-se dele e muitos cantores de Coimbra o têm cantado e gravado, tendo-se tornado num dos Fados de Coimbra mais emblemáticos.
Edmundo Bettencourt (Funchal, 1889 — Lisboa, 1973) foi um cantor e poeta Português conhecido por interpretar Fado de Coimbra e pelo seu papel determinante na introdução de temas populares neste género musical. Formado em direito, foi signatário das listas do MUD tendo feito parte do grupo fundador da revista Presença. Notabilizou-se pela composição musical "Saudades de Coimbra" a qual é ainda hoje uma referência da música portuguesa universitária.
Fontes / adaptação de textos: Octávio Sérgio em Guitarra de Coimbra (Parte I) e Wikipédia
Tema "Beijos" da autoria de Vasco Macedo - para a revista "Carapinhada" exibida em 1927.
Justina Magalhães actriz do teatro Avenida nasceu em 1897 cursou no Conservatório de Lisboa onde foi discípula do Professor António Pinheiro que sobre ela aqui descorre um rasgado elogio.
Comédia ao caciquismo em Portugal gravada em 1906. Como bem sabemos a coisa piorou substancialmente depois de 1910.
Curioso é este disco, com uma interpretação anónima de guitarra solo do célebre “Fado Robles” no lado A - melodia composta em 1879-1880 pelo guitarrista-fadista e Sargento de Cavalaria J. R. Robles – e no lado B variações sobre o Fado Corrido, “Fado Corrido Maior”. Editado pela pouco conhecida marca Jumbo (ligada à editora alemã Odeon) que foi descontinuada em 1912 é de presumir que a interpretação das duas peças seja da autoria de Luís Petroline em gravações de 1910, segundo uma tese de Pedro Jorge, estudioso dos primórdios do Fado com quem tive o privilégio de trocar correspondência.
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
Vale a pena ouvir este disco Homokrod, uma deliciosa valsa "toque de sinos com accompanhamento de orchestra" gravado em Portugal em Junho de 1908.
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
Fado de Avelino Teixeira, tenor com com expressivo repertório fonográfico registado na primeira década do século XX de biografia desconhecida gravado entre 1908 e 1911 altura em que vigorou o seu vinculo à editora Odeon.
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
Medina de Sousa e Côro - Da revista "O Fado" de Filipe Duarte.
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
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Tocado pela Guarda Municipal de Lisboa
Disque Pour Gramophone 1908
Numero de catálogo 360134
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
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