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Fado do Tarata
Artur Portella
Revista Ás de Espadas
1927
Pela soprano Adelina Fernandes
Hoje em dia ir pra soldado,
Já não assusta ninguém,
Passa a noite estiraçado,
Com uma cachopa ao lado,
Na estrada de Sacavém.
E nos campos da Amadora,
Sem pensar na revolução,
Quando passa uma senhora,
Bate-se a gente como um leão,
E nem um tiroliro
Dão as tropas,
Que o Tarata só tem lata
Pra dar tiros nas cachopas,
Mas se esta guerra se mais tempo dura,
Mais parece c’oa ditadura
Uma dama cara unhaca
Deu-me um beijo – ele é bem meu
E ao galucho é que se atraca,
Porque em suma a carne é fraca,
E um homem não é de pau,
E ao chegar perto de Belas,
Eu nem qu’ria olhar para trás,
Que eram velhas e donzelas,
Tudo a atirar-se cá ao rapaz.
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