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Era assim a moda na época...

por João Távora, em 26.08.15

Voltando ao charme delicado dos cilindros de cera gravados aqui pode-se ouvir o tenor britânico Elliston Webb cantando melosa e ensonada balada "Sing me to sleep" de Edwin Greene. 

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publicado às 18:38

Barcelona 1903

por João Távora, em 24.08.15

Este trecho do “Terceto Final” de Fausto (uma ópera de Gounod muito popular na passagem do século) gravado em Barcelona em 1903 para a “The Gramophone and typewriter Ltd” de Berliner é muito interessante por congregar artistas consagrados numa altura em que a indústria fonográfica dava os primeiros passos. Bela prestação da vozes de Perello de Segurola, José Maristany e Giuseppina Huguet, acompanhadas ao piano que se ouve com dificuldade.

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publicado às 20:10

O charme dos cilindros

por João Távora, em 22.08.15

Piadas do mestre rola.jpg

 

Rótulo de cilindro virgem (gravado em casa) - Família Cambournac "Só para homems", "Piadas do Mestre Rola" 26 xii 1915.

Seccção Infantil.jpg

Cilindro virgem Edison - Apesar de inaudível vale pela inscrição: "Secção infantil 1912" do lote da família Cambournac (minha mulher) gravado em casa.

 

Out of the box.jpg

 Out of the box

 

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publicado às 14:41

A Marselhesa

por João Távora, em 21.08.15

Eu que sou um pacato conservador, geralmente até gosto de canções revolucionárias talvez pelo seu lado romântico, uma estética a que ninguém é imune nestes dias de modernidade. Não é o caso da belicosa e feroz “Marselhesa” que os franceses adoptaram como hino, aqui numa performance de 1905 pela Garde Républicaine, gravada num cilindro de cera da minha colecção, que apesar de partido se consegue ouvir até meio.

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publicado às 19:05

Brinquedo

por João Távora, em 20.08.15
 

My Edison Home Phonograph

Um vídeo publicado por João Távora (@jtavora) a

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publicado às 23:13

De volta aos cilindros

por João Távora, em 20.08.15

O Fonógrafo possui um charme insuperável. Aqui uma canção sentimental pela soprano australiana Marie Narelle acabadinha de chegar de Terras de Sua Majestade.

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publicado às 20:10

O Gramofone, ou a triste história de Epifânio *

por João Távora, em 18.08.15

gramofone.jpg

 O Epifânio, o meu bom e inefável amigo Epifânio, sofria da neurastenia. É uma doença como outra qualquer, com a vantagem de ser atributo só da gente de algo. Tinha pelas maquinas falantes a mesma animadversão que Mafoma nutria pelo toucinho. E tanto assim que casou propositadamente com uma rapariga órfã de mãe, só para não ter que aturar, depois do grande nó, uma grafonola “Sogra”- uma das marcas mais na moda.

A par de outras madurezas de igual teor, que ele não fazia afixar por toda a parte, o Epifânio sofria também, e em suma, gramofonofobia- uma doença esquisita como um ralo.

Há dias, o Epifânio acordou mal disposto como burro. Tivera um sonho extravagante, pois caíra numa fábrica enorme desses aparelhos infernais, com buzinas que bocas de canhões e um som atroador – de pôr patético um santo. E, mal abriu os olhos, depois de se convencer da irrealidade do que acabara de observar, o Epifânio não teve tempo de recuperar a tranquilidade. Lá dentro, na sala de visitas, a vizinha Silveria conversava com a esposa, entusiasmada, eloquentíssima.

De que se tratava?

Pôs o ouvido à escuta e ouviu que o malvado do seu homem, aconselhado pelo Joaquim sapateiro que é uma boa rolha, lhe saíra de casa na véspera com o cordão que lhe custara uns centos, a maquina de costura, um conto e quinhentos em dinheiro que ela amealhara durante longos meses, e que o patife, para maior cumulo, nem sequer dissera “água vai”...

E por aqui abaixo uma lengalenga de tal ordem que o Epifânio – que nada tinha que ver com essas coisas, nem a esposa – ergueu-se do leito, vestiu-se num ápice e, enquanto o diabo esfrega um olho, pôs-se na rua.

gramofone.jpggramofone.jpggramofone.jpg

Mas estava escrito que nesse dia o Epifânio tinha que comer duas verdes com uma madura, como se diz em linguagem rasca.

Logo ao desembocar da artéria, mesmo na esquina, em casa das Vasconcelos, umas pequenas sirigaitas que tocam tudo – até piano – um gramofone, daqueles autênticos “Pathé-Freres”, antigo como o arroz de quinze, roufenhava um fado triste e sonâmbulo do nosso conhecido Menano.

O Epifânio não esteve com meias medidas. Mal supunha ele, porém, que mesmo em frente, num café qualquer, até aquecia silencioso e às moscas e aonde procurara refúgio, uma grafonola das pequenas agora acordava o espaço com um jazz destrambelhado e ensurdecedor.

Por pouco não deu em doido. Pagou o café, mesmo sem o tomar, e correu, rua abaixo como um tresloucado.

gramofone.jpggramofone.jpggramofone.jpg

 O Epifânio andou assim nesta contradança o dia quase inteiro, fugindo de Herodes para Pilatos e de Pilatos para Herodes. Em toda a parte, como se fora uma praga, lhe surgia a buzina de um gramofone, uma grafonola, um “Parlophoa” – em suma, uma dessas maquinas que o diabo inventara para lhe dar cabo do espírito, com certeza, e, não obstante todos os esforços nesse sentido, jamais nesse dia conseguia livrar-se delas.

  • Maldição!...- dizia ela com as mãos na cabeça e o desespero em catadupas.

Teve, por fim, uma resolução heróica, acertada, decidida. Depois de tanta volta, já cansado, o peito a arfar, só em casa acharia o repouso apetecido, agora que aquela rela da vizinha decerto acabar a conversa, pois havia demorado o dia inteiro a sua peregrinação.

E se melhor o pensou, melhor o fez.

 

Em casa do Epifânio...

A mulher - Ó homem, vens com uma tumba! Que te aconteceu?

Epifânio - Deixa-me. Uma grande desgraça! Uma tremenda desgraça!

A mulher - Credo! Nem pareces o mesmo. E eu que tinha uma novidade tão boa para te dar...

Epifânio - Uma novidade? Conta, para ver se me passam estes nervos. Estou que nem uma pilha.

A mulher- Queres saber, então?

Epifânio - Anda! Avia-te depressa. Que foi?

A mulher- Escuta, meu querido. Comprei hoje uma grafonola para os nossos serões...

 

O Epifânio, que tinha caído com uma sincope, faleceu repentinamente e no dia seguinte teve um belo enterro...

MAXIM

Sempre Fixe Semanário Humorístico - 13 - 5 - 931

 

* Reconhecido ao meu amigo Vasco Rosa, com uma vénia pelo recorte.

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publicado às 10:41

Size matters (3)

por João Távora, em 17.08.15

size matters 3.jpg

 O maior (16 polegadas, 78 rpm) é o já referido disco da Emissora Nacional "Desfile da gente do mar" gravado em 1947.  Os mais pequenos são um o Kiddiphone 6 polegadas e um minúsculo disco castanho de 78 RPM com 4 polegadas com rimas infantis provávelmente parte de um brinquedo.

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publicado às 17:28

Size matters (2)

por João Távora, em 17.08.15

Pathé.jpg

 Enorme disco Pathe (14 polegadas) 90 rpm: "Madeleine" (A.S. Petit) Polka pour piston 1905 (?). Com leitura por agulha de safira e rotação invertida (espiral de dentro para fora). Só é possível escutar em aparelhos próprios da marca francesa.

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publicado às 16:21

Size matters? (1)

por João Távora, em 17.08.15

Disco Emissora Nacional.jpg

 

Provavelmente dos maiores discos que existem: com 16 polegadas e 78 rpm, esta é uma gravação da Emissora Nacional "Desfile da gente do mar" - 1947. Requer equipamento apropriado para escutar, que não possuo.

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publicado às 16:18

Felicidade

por João Távora, em 16.08.15

Felicidade..jpg

 

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publicado às 17:31

Coleccionador de sons (78)

por João Távora, em 12.08.15

Vale a pena ouvir este disco Homokrod, uma deliciosa valsa "toque de sinos com accompanhamento de orchestra" gravado em Portugal em Junho de 1908.

 

Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui

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publicado às 14:05

Coleccionador de sons (77)

por João Távora, em 12.08.15

Fado de Avelino Teixeira, tenor com com expressivo repertório fonográfico registado na primeira década do século XX de biografia desconhecida  gravado entre 1908 e 1911 altura em que vigorou o seu vinculo à editora Odeon.

 

Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui

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publicado às 13:20


A montante deste caprichoso prazer de coleccionar os sons antigos e de saborear sofisticados sistemas de reprodução sonora está uma enorme paixão. Neste blog que afinal é uma contradição de termos – uma plataforma de partilha digital em defesa do suporte analógico - presto tributo a essa que considero a mais divinal forma de expressão humana: a música.


O Autor

João Lancastre e Távora nasceu em Lisboa, que adora. Exilado no Estoril, alienado com política e com os media, é sportinguista de sofrer, monárquico, católico e conservador. No resto é um vencedor: casado, pai de filhos e enteados, é empresário na área da Comunicação e do Marketing. Participando em diversos projectos de intervenção cívica, é dirigente associativo e colabora em vários blogues e projectos comunicação política e cultural.

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