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Sobre o fadista Lino Teixeira que se redescobre neste disco de 1929, ficamos a saber através de uma entrevista de J.O. Vidal num número do Jornal "Guitarras de Portugal" de 1932 encontrada aqui, que era um “cantador dos mais antigos, dos mais fadistas e dos mais conscientes”, um homem de aspecto “esguio, magro, negro” de feitio ”sempre falador”. Nascido num meio ligado ao Fado, acompanhava-se a si próprio à guitarra, instrumento que conheceu desde muito novo, por via de um tio com o mesmo nome. Influenciado por nomes como Júlia Florista e Manuel da Mota, o versátil artista não só cantava “à fadista” sem “pieguices” como versejava pela própria pena, tendo obtido um prémio do Diário de Lisboa por conta duma quadra.
Nessa entrevista, é curioso como Lino Teixeira assume ter sido o “momento mais emocionante da sua vida” a primeira vez que gravou a sua voz, que dessa forma “perduraria através de longos anos” (!!!). Com mais de 14 discos gravados à época para as casas Brunswick e Odeon, Lino Teixeira não esconde o orgulho de ter sido sempre bem pago por isso, “pois embora sinta mais o Fado quando canta de livre vontade, não está disposto a deixar-se explorar em benefício dos exploradores da Canção Nacional”. Com incursões no fado humorístico, foi consagrado numa modalidade de Fado inédita, as rapsódias (das quais aqui partilhamos a nº 1 e nº 2), “um número interessante, com variante de que o público gosta mais do que ele.”
Assim se resgata mais uma voz ao baú do esquecimento – Ora escute.
A propósito das festas de São João na cidade do Porto, fui ao Baú buscar este disco com mais de 100 anos.
As fogueiras de S. João por Jorge Bastos, acompanhado ao piano, num disco Homokord de 1911.
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
Pela voz de Jorge Bastos, actor-cantor com diversas gravações feitas para a editora Homokord no início dos anos 1910, entre as quais a "Ballada Académica" (Coimbra) aqui referida, aqui está uma curiosa cançoneta cómica brejeira “A Gatinha tinha, tinha” produzida em 1911 como comprova o código cinzelado no disco e cuja chave decifrei aqui.
De volta ao fonógrafo com uma cançoneta cómica "Merriest Man Alive", por Daniels & Orchestra, num cilindro Sterling Record (1904)
Indicado por um colega meu aficionado destas coisas da história dos sons gravados, aqui partilho uma fabulosa gravação contemporânea do reinado do Rei Dom Carlos: o Hino da Restauração com acompanhamento vocal de Avelino Baptista e coro publicado pela "Fábrica portuguesa de discos - Simplex" já referênciada neste blogue aqui.
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