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Pela voz de Paradela de Oliveira em 1927 aqui estão mais dois belos fados de Coimbra: "O Meu Menino" e "Fado das Penumbras".
Este e muitas outras gravações portuguesas antigas podem ser escutadas aqui.
Muito curioso este monólogo bem humorado de Vasco Santana publicado num disco (infelizemente lascado ao início) Brunswick dos anos 30.
Fado do Anto, interpretado por Edmundo Bettencourt com Artur Paredes e Albano de Noronha nas Guitarras, Mário Faria da Fonseca à Viola canta Francisco Menano - António Nobre. Disco Columbia wp 331 gravado no Porto em Fevereiro de 1928, no Palácio das Carrancas, antiga Casa Real.
Mais informações aqui
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Enquanto a Grande Guerra decorria sangrenta na Europa o Jazz nascia bem disposto no outro lado do atlântico em New Orleans, Louisiana.
Original Dixieland Jazz Band tocam Ostrich Walk em 1917
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O' Ai, O Linda!
Gustavo Leal 1920 (?)
Ó minha mãe deixa-me ir ao bailarico
Ao Rossio que eu vou e venho na carroça do meu tio.
Ó ai ó Linda
Ao bailarico ao Rossio
Pois vai e vem na carroça do teu tio
Refrão:
Olhó beijinho que atrás da porta de dei
Foi tão repenicadinho que gritaste “aqui del rei!”
Olhó segredo que atrás da porta eu te disse
Que até tu tiveste medo
que eu fizesse uma tolice.
Ó ai ó Linda
Quando guardas o rebanho
Sozinha lá no outeiro
Quando guardas o rebanho
Ó ai ó Linda
A grande pena que tenho
De não ser um carneiro
Quando guardas o rebanho
Refrão
Ó meu amor é música
E toca clarinete
Quando vai par o ensaio
Lava-se com sabonete
Ó ai ó Linda
E toca clarinete
Quando vai tocar a música
Lava as mãos com sabonete
Refrão
Olhó Manel rintintin
(…)
Ó Maria abre a porta
Que o Manel quer entrar
Ó ai ó Linda rintintin
(…)
Ó Maria abre a porta
que o Manel que entrar
Refrão
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Coimbra, a canção escrita por Raul Ferrão estreada no filme Capas Negras em 1947 é certamente ainda hoje a melodia portuguesa mais popular em todo o mundo. Interpretada em 1950 por Amália Rodrigues nos espectáculos Plano Marshall em apoioà Europa arruinada pela II Grande Guerra, coube a Jimmy Kennedy escrever a versão em inglês April in Portugal como veio a ser celebrizada pelas mais ilustres vozes mundiais da época. Aqui partilho uma peculiar interpretação de Louis Armstrong em 1953 com orquestração de Sy Oliver num disco Brunswick 05122.
April in Portugal
(Jimmy Kennedy)
Oh, I found my April dream
In Portugal with you
When we discovered romance
Like I never knew
My head was in the clouds
My heart went crazy too
And madly I said
"I love you"
Too soon I heard you say:
"This dream is for a day"
That's Portugal
And love in April
And when the showers fell
Those tears I know so well
They told me
It was spring fooling me
I found my April dream
In Portugal with you
When we discovered romance
Like I never knew
Then morning brought the rain
And now my dream is through
But still my heart says
"I love you"
Then morning brought the rain
And now my dream is through
But still my heart says
"I love you"
But still my heart
Says "I love you."
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José Cid vai levar amanhã e depois aos palcos de Lisboa e Porto o seu disco "10 000 anos depois entre Vénus e Marte", uma sua magnífica criação tão incompreendida na época, mas que se veio a revelar o maior fenómeno da produção fonográfica lusa: o álbum original de 1978 atinge hoje facilmente os 300,00 € no mercado de segunda mão. Chamou-me à atenção na sua entrevista hoje publicada no jornal i que o Mellotron não fará parte dos instrumentos em palco: de sonoridade inconfundível, este instrumento musical muito utilizado pelas bandas de rock progressivo nos anos sessenta e setenta, é um teclado electromecânico polifónico constituído por um “banco” de fitas magnéticas pré-gravadas com oito segundos de duração. Muito frágil e difícil de transportar, a sua sonoridade ficará imortalizada, por exemplo no ínicio de Strawberry Fields Forever dos Beatles, em The Court of the Crimson King dos King Crimson, ou mais sofisticadamente neste fabuloso tema Silent Sorrow In Empty Boats dos Genesis, em que Tony Banks explora magistralmente o instrumento (por coincidência um exemplar adquirido aos King Crimson) "programado" para reproduzir pelas suas teclas coros humanos de oito vozes. Curioso é como uma modernice dos tempos da nossa juventude, em cinquenta anos cai em desuso e se transforma num objecto de colecção, numa curiosidade de museu. Obviamente nenhum computador conseguirá reproduzir a sua sonoridade original, e o José Cid saberá disso certamente.
Imagem daqui.
Fado Serenata é um sensual fado de 1912 por Almeida Cruz, um cantor natural Rio de Janeiro (1880-1950), pioneiro na indústria fonográfica no Brasil e muito popular na comunidade portuguesa para quem compôs, interpretou e gravou diversos fados e peças de folclore luso em disco para a Columbia Records entre 1910 e 1912.
Começa assim:
A Menina foi multada, mesmo p’la tabela antiga,
Por ter vendido a pescada assoprada na barriga.
Esta é a minha última aquisição: um curioso disco do inicio dos anos 20 com uma cançoneta de revista chamada "Peixeira e o Polícia" com assinatura de F. Rezio e Gustavo Leal. Sobre estas duas criaturas já vi que não será fácil encontrar referências publicadas. Quanto ao mais, os dois primeiros versos já os decifrei - se alguém conhecê-los na integra ou conseguir entender, mesmo que uma linha ou uma estrofe só, ficarei muito grato se me fizer o favor de redigir na caixa de comentários.
A mais recente criação de Beck, o álbum Morning Phase - tão aclamado pela crítica, tem o tempo indicado para um LP à antiga e foi nesse formato que o adquiri. Concedo que é um disco muito inspirado e agradável de se ouvir, faltando-lhe talvez alguma irreverência, que ao que julgo entender se fica pela exploração desse mesmo “revivalismo analógico”. É precisamente essa a curiosidade que me motiva este post; de como a versão em mp3 que é fornecida com o vinil, através dum cupão com um endereço web e um código, vem numa mistura que ostenta com subtileza os estalidos da agulha a pousar e levantar do disco ao principio e no fim de cada lado (no caso, virtual) e reproduz aqui e ali aquela suavíssma crepitação dos efeitos electroestáticos do contacto da agulha. Ora a ideia, apesar de divertida, parece-me um tanto absurda senão até algo ingénua, já que são justamente esses inevitáveis ruídos de fundo, “sentidas” pelas mais sensíveis safiras, o "Calcanhar de Aquiles" dos melhores gira-discos.
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