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Unicamente por amor

por João Távora, em 31.10.13

Este fabuloso senhor "qualquer coisa Colonel", partilha diariamente no Youtube vídeos (filmados aparentemente com uma câmara que usa na testa) de discos antigos a tocar num gramofone e cenário absolutamente indescritíveis... o facto é que há dois anos para cá o homem, fanático por gramofones, vem granjeando imenso sucesso com esta receita: para cima de dois milhares de clips, já contam 1 073 478 visualizações sempre com o mesmo plano e umas piadinhas de circunstância ao estilo vitoriano. Agora chamem-me maluco a mim.>

 

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publicado às 11:08

Double sided

por João Távora, em 30.10.13

Já aqui publiquei diversa informação referente aos primitivos discos em goma-laca com um lado só fabricados até ao final da primeira década do século XX. Se a ilustração de um lado "não gravado" é visualmente pouco reveladora, talvez o não seja a imagem deste “moderno” espécime de 1912 da etiqueta britânica The Twin que aqui hoje desvendo. 

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publicado às 12:29

Lou Reed - uma homenagem

por João Távora, em 28.10.13

“Não sei se as minhas expectativas são muito altas, sei que são muito difíceis. Quero ser o maior escritor que alguma vez viveu nesta terra de Deus. Falo de Shakespeare, Dostoiévski… Quero ser um escritor que faça rock and roll que se possa comparar a Os Irmãos Karamazov… quero começar a construir um corpo de obras. Sei que posso soar pretensioso e é por isso que normalmente nem digo nada. Prefiro ficar calado.”

 

Lou Reed 1979 em entrevista ao New Musical Express
Via Blitz 

 

Contactei pela primeira vez com as canções de Lou Reed, por volta de 1976 através do seu álbum Lou Reed Live que ainda hoje guardo e que de tão gasto pelo uso no gira-discos mais parece um ovo a estrelar. Porque a vertigem daqueles anos loucos não auguravam um final feliz, o meu fascínio pelo lado selvagem e pela obra de Reed foram esfriando mais tarde. Hoje reconheço que ele foi um dos maiores poetas da decadência ocidental, da cultura urbano-depressiva emanada dos bas-fonds de Grande Maçã, que marcou toda uma geração desassossegada com tanta Liberdade e bem-estar. Foi assim que, por uma questão de sanidade, os valores estéticos que fui recuperando afastaram-me da sua obra, que no entanto mantenho como superior, talvez perpétua.
Depois de há algumas semanas me chocar com a interpretação de Solsbury Hill de Gabriel que eu mal sonhava vir a ser a sua última (generosa) prestação, Lou Reed acaba por se me revelar nestes dias de revisitação, como um autêntico aristocrata da cultura rock and roll, rodeado pela qual eu cresci e me fiz gente. De resto acredito que a misericórdia de Deus é redobrada no que respeita aos poetas e artistas, que da transcendente dor que sustem a sua essência, no acto de libertação que resulta a sua criatividade, de forma tão sublime espelham a matriz divina da espécie humana.  

 

A ler também: O lado selvagem

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publicado às 14:25

Coleccionador de sons (46)

por João Távora, em 28.10.13

Quando no início do Século XX a indústria fonográfica florescia na forma de cilindros de cera ou de discos de goma-laca gravados em série, era comum algumas editoras de segunda categoria produzirem gravações “descritivas”, em que se reproduziam teatralmente os sons de um quadro invulgar, como a partida das tropas para a guerra ou como acontece no caso vertente, o socorro a um incêndio “interpretado” pela Empire Guards Band.

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publicado às 12:27

Coleccionador de sons (45)

por João Távora, em 01.10.13

 


Da editora do anglo-alemão Emile Berliner, a E. Berliner's Gramophone, o inventor dos ditos. Gravado em Londres editado em Hanover, final do século XIX. Mr Charles Foster canta "Why did i leave my little black room"... e encanta.

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publicado às 12:26



A montante deste caprichoso prazer de coleccionar os sons antigos e de saborear sofisticados sistemas de reprodução sonora está uma enorme paixão. Neste blog que afinal é uma contradição de termos – uma plataforma de partilha digital em defesa do suporte analógico - presto tributo a essa que considero a mais divinal forma de expressão humana: a música.


O Autor

João Lancastre e Távora nasceu em Lisboa, que adora. Exilado no Estoril, alienado com política e com os media, é sportinguista de sofrer, monárquico, católico e conservador. No resto é um vencedor: casado, pai de filhos e enteados, é empresário na área da Comunicação e do Marketing. Participando em diversos projectos de intervenção cívica, é dirigente associativo e colabora em vários blogues e projectos comunicação política e cultural.

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