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A chegada do fonógrafo (e do telefone) a Portugal

por João Távora, em 13.11.20

edison1878.jpg
"A 9 de Janeiro de 1878 morria em Roma o rei Vítor Manuel II, sogro de D. Luís I, o que motivou a partida apressada para Itália da filha, a rainha Maria Pia, que aproveitou para levar consigo o Príncipe D. Carlos então com quinze anos.
Antes de embarcar, pediu a Francisco de Mello Breyner que levasse o filho Thomaz para o Paço da Ajuda para fazer companhia ao infante D. Afonso, que ficara sozinho sem o irmão.
Recebida a pelos pais com grande alvoroço e satisfação, a notícia não podia ter agradado mais ao visado.
«Foi um rebuliço geral na família. Criados, vizinhos e amigos vinham-me felicitar, uns a sério outros a mangar. Eu, porém, dei a maior atenção ao meu novo cargo, chegando a persuadir-me de que tinham deito príncipe»
(…) Durante o tempo que esteve no Palácio da Ajuda, Thomaz pôde assistir também, como o infante e outros membros da corte, às explicações do professor May Figueira sobre o funcionamento do microscópio e de como se preparavam chapas fotográficas com colódio. Os dois jovens testemunhariam ainda a chegada do fonógrafo de Edison e a primeira experiência telefónica feita em Portugal:
«Quando numa noite se chegou à sala azul estava lá um homem de casaca a fazer mesuras. Ao pé dele via-se um banco alto em cima do qual assentava um cilindro ligado a uma espécie de funil preto. 

Pela banda de baixo havia, presos a umas correntes, dois pesos como os de certos relógios. Depois dum pequeno discurso em francês, o tal homem pôs em marcha o cilindro e daí a instantes parecia que dentro dele falava uma papagaio rouco. A seguir ouviu-se o Carnaval de Veneza.
Era o fonógrafo de Edison, antepassado dos actuais gramofones.
O apresentante quis também mostrar como se imprimida num cilindro novo qualquer música.
Por isso veio um músico de Infantaria 1, que tocou num cornetim o hino de el-rei D. Luís; mas o rapaz com a comoção enganou-se várias vezes e deu notas falsas. Quando se pôs o aparelho a rodar às avessas, apareceram os enganos e as fífias. O pode executante estava vexado.

Outra novidade na noite seguinte e na mesma sala.

El-rei sorridente tinha na mão um auscultador branco com as armas reais pintadas a cores. Um fio ligado à parte mais delgada saía por uma janela. El-rei falava pelo mesmo bocal que em seguida punha ao pé da orelha para ouvir as respostas de Frederico que estava no observatório da tapada com outro auscultador ligado à outra extremidade do fio. Era o ascendente dos telefones de hoje.»

Conta Thomaz de Mello Breyner que todos os presentes se entusiasmaram com estas novidades, menos o padre Queimado, capelão do paço, que achou que tudo aquilo não passava de terríveis invenções do Demo..."

In “Thomaz de Mello Breyner – Relatos de uma época”, por Margarida Magalhães Ramalho, págs. 36 e 37 - Imprensa Nacional - 2018

Na imagem uma demonstração do fonógrafo de Edison em Londres em 1889. 

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publicado às 18:32

Voltar onde fomos felizes

por João Távora, em 23.03.18

fonografo.jpg

 Concebidos numa cera castanha bastante frágil em que o registo se degradava em pouco mais de dez audições, originalmente os cilindros tinham de ser gravados, cada um deles, ao vivo. Posteriormente desenvolveu-se uma solução interligando os fonógrafos com tubos de borracha, um sistema não satisfatório mas suficientemente eficaz para a comercialização e venda de cilindros gravados em série.  Tal obrigava os artistas, músicos e cantores a desgastantes sessões em que repetiam incessantemente o tema até produzirem um lote suficiente para satisfazer a procura. Dava-se o caso curioso de uma mesma edição inevitavelmente exibir ligeiras diferenças nas interpretações. 

Imagem roubada daqui

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publicado às 17:04

O Hino da Carta em ambiente da época

por João Távora, em 01.12.17

 

Hoje 1 de Dezembro partilho aqui a minha última aquisição: o Hino da Carta composto por Dom Pedro IV, que foi o hino nacional até à revolução da república, gravado num cilindro de cera e reproduzido no meu Edison Home Phonograph de 1900.

Letra:

I
Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

II
Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

III
Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

IV
A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos, Portugueses
Divinal Constituição

(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição

 

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publicado às 18:42

O fonógrafo de Jacinto

por João Távora, em 15.01.15

7 - Fonografo.jpg

Só o fonógrafo, Zé Fernandes, me faz verdadeiramente sentir a minha superioridade de ser pensante e me separa do bicho. Acredita, não há senão a Cidade, Zé Fernandes, não há senão a Cidade!

(...)

Eram as senhoras que desejavam ouvir no Fonógrafo uma ária da Patti!
O meu amigo sacudiu logo os ombros, numa surda irritação: - Ária da Patti... Eu sei lá! Todos esses rolos estão em confusão. Além disso o Fonógrafo trabalha mal…

 

Eça de Queiroz

A Cidade e as Serras

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publicado às 09:25

O império do fonógrafo

por João Távora, em 09.01.14

 

Os fonógrafos popularizaram-se muito no final do Século XIX: eram bastante funcionais e, além de muito competentes na reprodução, eram vendidos com um kit para gravação coisa que tornava o objecto muito mais completo e interessante do que os gramofones, ainda algo toscos. Concebidos numa cera castanha bastante frágil em que o registo se degradava em pouco mais de dez audições, originalmente os cilindros tinham de ser gravados, cada um deles, ao vivo. Posteriormente desenvolveu-se uma solução interligando os fonógrafos com tubos de borracha, um sistema não satisfatório mas suficientemente eficaz para a comercialização e venda de cilindros gravados em série. Tal obrigava os artistas, músicos e cantores a desgastantes sessões em que repetiam incessantemente o tema até produzirem um lote suficiente para satisfazer a procura. Dava-se o caso curioso de uma mesma edição inevitavelmente exibir ligeiras diferenças nas interpretações.

Ao longo dos anos, o tipo de cera utilizada nos cilindros foi melhorado e endurecido de modo que pudessem ser tocados mais vezes sem se degradarem tanto. Em 1902, a Edison Records lançou uma nova gama de cilindros de cera prensada, os Edison Gold Moulded. Muito aperfeiçoado, o progresso consistia na criação de um cilindro principal revestido com ouro que permitia a reprodução de várias centenas de cópias. O Disco da empresa Gramphone de Emile Berliner então emergente ainda teria uns anos para se impor definitivamente.

Aqui partilhamos uma cançoneta de 1907 de Ada Jones, uma actriz e cantora britânica emigrada para os Estados Unidos, que muito se popularizou - a solo e em duetos com Billy Murray e Len Spencer - através dos cilindros e discos gravados no início do século XX.

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publicado às 12:08

Os primórdios de música pop

por João Távora, em 07.01.14

Aqui partilho mais uma Coon Soong, num cilindro de cera Edison de 1908 imaculado da minha colecção, com o tema "Dixie Dan" interpretado pelo Billy Murray (1877 – 1954) cantor norte americano extremamente popular nas primeiras décadas do Século XX da autoria Arthur Collins, o Rei do ragtime. 

 

Dixie Dan

By Arthur Collins

 

Way down south where i was born
In the land of cotton and the land of corn
I saw the light on a monday morn
And they called me Dixie Dan
In an old burnt stump of an old burnt tree
The doctor he discovered me
And my mammy shook her sides with glee
And she called me Dixie Dan
Now a gal down there with cork-screw hair
She won my heart and i declare
I must have been slow
When i let her go
A traveling round with a minstrel show
Oh


Dixie, oh Dixie Dan
'Ambling, rambling, gambling minstrel man
Coal-black color all except my teeth
With a loving disposition underneath
My heart pines for the girl I left behind
Oh Trixie, oh Trixie An
My heart beats for you to beat the band
Way down south is the land of cotton
Tell me you have not forgotten
Dixie, oh Dixie Dan
(Bis)

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publicado às 20:07

Coon songs

por João Távora, em 21.12.13

Designa-se como "Coon Songs" um género musical cómico popularizado nos Estados Unidos da América nas últimas décadas do século XIX e caído em desuso no princípio do século XX, quando o seu pendor racista começou a ser malvisto. Extraídos dos espectáculos de Music Hall eram temas interpretados por artistas brancos pintados de preto, imitando o dialecto dos negros em que se explorava os seus estereótipos (ignorância, indolência ou até desonestidade), em caricaturas por vezes cruéis um pouco como as que são utilizadas nas anedotas de alentejanos em Portugal, sobre os portugueses no Brasil ou sobre os irlandeses na Inglaterra. As "Coon Songs" tinham o objectivo de ser engraçadas e quase sempre usavam os ritmos sincopados do ragtime, género originário das comunidades musicais Afro-Americanas que antecede o Jazz. 

"Bake dat chicken pie" que partilho aqui em baixo é uma canção de Arthur Collins & Byron Harlan um dueto cómico popularizado entre 1903 e 1926 através dos palcos e da indústria fonográfica que emergia à época sob o formato de cilindros para fonógrafos e discos para gramofones. Para além de muitos standards de ragtime, o duo Collins & Harlan celebrizou-se com a interpretação deste género musical e são reconhecidamente dos grandes iniciadores daquilo a que hoje chamamos "música pop", difundida em curtas gravações de dois ou três minutos de êxitos consensuais.

 

Muitos destes temas foram recuperados dos antigos suportes e digitalizados no Youtube, onde a ressalva “for historical purposes only” é um curioso sinal dos tempos.  

 

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publicado às 17:53

Os cilindros Sterling

por João Távora, em 12.08.13

 

Foi quando expirou a patente de Thomas Edison dos seus cilindros gravados em 1904 que Louis Sterling lançou em Inglaterra uma nova produtora de nome "Sterling Record Company". Ao fim de 22 semanas de operação as vendas atingiam um milhão de cópias vendidas, sucesso atribuído à qualidade do som obtido através duma solução de cera prensada muito suave que (quase) competia com os discos, formato que desde 1901 se vinha impondo no mercado da gravação sonora. Através deste curioso exemplo nota-se como tudo valia para lançar novas publicações. 

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publicado às 11:57

Uma viagem sonora ao Natal do passado

por João Távora, em 31.12.12

No Natal de 1906, a família Wall canta dois temas alusivos

 

Quem acompanha as insignificâncias a que dedico a minha escrita, entende o fascínio que sobre mim exerce este artigo do Daly Mail sobre um avô que resgatou do seu sótão o fonógrafo e uma série de cilindros com as mais antigas gravações sonoras “feitas em casa” até hoje conhecidas. Cerca de 24 minutos de registos diversos, feitos pelos seus antepassados e que inclui impressionante “retrato” duma longínqua festa de Natal de 1902 que aqui reproduzo, foram doados ao museu de Londres. (Para ouvir os ficheiros, clicar na ligação em baixo da respectiva imagem)
 

No Natal de 1904, o Senhor Wall e alguns convivas endereçam votos de Boas Festas

 

Da minha experiência com uma série de cilindros com que este ano fui presenteado - e que aqui deixei testemunho em devida altura - nenhum dos "gravados em casa", (cujas caixas referenciam a anedotas, fados e cantigas) está em condições mínimas de audibilidade, afectados por um fungo que ataca a cera. Em dois deles devidamente assinalados, consegue-se adivinhar cantorias e monólogos, mas para conseguir uma nitidez razoável será necessário investir um dia num sofisticado trabalho de filtragem sonora, com meios e técnicas que não são muito acessíveis. Um projecto que espero cumprir, porque o som é um precioso complemento da imagem... e porque se nos orgulhamos de exibir na sala o retrato do nosso avô, como seria fascinante possuirmos um seu “postal” sonoro como recordação, não vos parece?

 

Nota: 
Agradeço a Victor Santos Carvalho que me fez chegar a "notícia" do Daily Mail

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publicado às 16:52

O cilindro de Edison, um pouco de história

por João Távora, em 04.11.12

 

Perante o grande sucesso comercial do Fonógrafo no final do século XIX, para a produção em série dos primeiros cilindros de cera pré-gravados, o cantor e a orquestra tinham de repetir centenas de vezes a mesma peça musical, uma vez que a gravação era feita em pequenos lotes de dez a doze cilindros de cada vez. Se juntarmos a este facto a resistência à novidade e o limite de dois minutos por registo, talvez se se entenda a recusa inicial das  grandes vozes da época como Enrico Caruso ou Yvette Guibert a gravarem o seu reportório.

Algumas canções portuguesas celebrizaram-se através do fonógrafo gravadas em cilindros de cera. Em Portugal a empresa Fonógrafo de Edison organizava audições itinerantes que causavam furor e enchiam as salas de espectáculo pelas cidades onde passavam. Destas gravações há registo do enorme sucesso de “O Burro do Senhor Alcaide”, “O Solar dos Barrigas”, “O Brasileiro Pancrácio”, “Caninha Verde” e “O fado do Hilário” cantados pela actriz Isaura e actores Queiroz, Alfredo Carvalho e Augusto Hilário célebre fadista de Coimbra. E como eu gostava de encontrar um cilindro português para a minha pobre colecção…

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publicado às 11:35

Ao serviço da história e da memória colectiva

por João Távora, em 13.10.12

 

Não, não é um armazém duma farmácia, mas sim uma "biblioteca" de cilindros de Edison gravados, devidamente catalogados, digitalizados e dispniveis para download pelo Cylinder Preservation and Digitization Project, um projecto pioneiro do Department of Special Collections at the University of California. 

A primeira gravação feita em Portugal chama-se Cantos do Minho, pertence à Banda da Guarda Municipal do Porto, data de Outubro ou Novembro de 1900 e foi produzida por William Darby e não se lhe encontra rasto na Internet. Em Portugal não existe qualquer projecto de colecção, preservação e arquivo de património sonoro.

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publicado às 11:27

O fascinante cilindro de cera de Edison

por João Távora, em 27.09.12

 

Da esquerda para direita, três diferentes cilindros de Edison: o primeiro é de cera virgem para dois minutos de gravação produzidos em série a partir de 1880. Com a mesma capacidade, segundo é de cera preta (mais resistente) com temas pré-gravados (Gold Moulded) foram um sucesso produzido a partir de 1903. O terceiro, patenteado em 1912, tem 4 minutos (o dobro da capacidade dos anteriores), com melhor som e mais resistente devido ao acabamento em celulóide, é adjectivado de “indestrutível”. Nesta fase, o cilindro já estava em fim de vida, pois os discos, com muito mais capacidade (dois lados) e mais fáceis de armazenar, tinham chegado para vencer.

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publicado às 11:21


A montante deste caprichoso prazer de coleccionar os sons antigos e de saborear sofisticados sistemas de reprodução sonora está uma enorme paixão. Neste blog que afinal é uma contradição de termos – uma plataforma de partilha digital em defesa do suporte analógico - presto tributo a essa que considero a mais divinal forma de expressão humana: a música.


O Autor

João Lancastre e Távora nasceu em Lisboa, que adora. Exilado no Estoril, alienado com política e com os media, é sportinguista de sofrer, monárquico, católico e conservador. No resto é um vencedor: casado, pai de filhos e enteados, é empresário na área da Comunicação e do Marketing. Participando em diversos projectos de intervenção cívica, é dirigente associativo e colabora em vários blogues e projectos comunicação política e cultural.

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